sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Humanure does... ULU

LONDRES - ULU.

OBITUARY, HOLY MOSES, AVATAR - 03 Fevereiro 2008

texto e fotos: Humanure


Londres. Dia típico de Inverno. Sombrio, melancólico e frio. Num pub perto de um dos pólos da Universidade de Londres a movimentação de pessoas leva a crer que algo está prestes a acontecer. Entre estas pessoas destacam-se os membros de Obituary a beber umas cervejas antes do concerto. Os fãs olham envergonhados, os mais afoitos vão até à mesa trocar umas palavras - estão entre família.

Depois de voltar à rua, entre o frio e o vento, para percorrer as poucas dezenas de metros que separam o pub da sala do concerto, deparo-me com um recinto acolhedor e bem equipado para um concerto de metal.

Os fãs ainda não são muitos, encontram-se junto às mesas de merchandise de Obituary quando a primeira banda começa a sua actuação. Os suecos Avatar tentam chamar a atenção do público mas em vão. O death metal melódico praticado pelos suecos é interessante e com garra. As melodias saem um pouco prejudicadas pelo sistema de som, mas os riffs saem poderosos e fluídos. Por entre refrões apelativos e partes mais técnicas, os suecos chegam ao fim da actuação sem que o público realmente repare neles.

Foram cerca de trinta minutos que me deixaram com vontade de conhecer melhor o trabalho da banda. Dirijo-me à mesa de merchandise e compro um CD - que pelos vistos foi a primeira peça de merchandise que venderam hoje. A sala começa a compor-se para a próxima actuação.

Ao som do reggae, Holy Moses entra em palco com vontade de mostrar serviço.
Sendo que esta, é a primeira vez que estão a tocar
em Londres (o que não deixa de ser estranho para uma banda com 25 anos de actividade e com boa qualidade), fazem questão de impressionar o público presente. O thrash metal praticado é vibrante e a presença em palco da vocalista é irrepreensível. O público reage efusivamente a esta máquina de riffs rápidos, bateria potente e voz agressiva.

A actuação acaba com as raparigas do merchandise em palco a cantar "I like to fuck" - informação sempre útil.

Após longos minutos de espera e uma passagem pela rua, chega a vez dos headliners, Obituary. A sala encontra-se quase cheia, cerca de 800 fãs esperam ansiosamente pela actuação de uma das maiores lendas do metal mundial.

E quando finalmente esse momento chega, o público entra em frenesim. A banda por sua vez parece um relógio suíço. Não falham em nenhum aspecto, está tudo perfeito.
O groove das guitarras e do baixo, a bateria soa poderosíssima e a voz simplesmente brutal.
Desta vez todas as músicas têm um solo de guitarra, ao contrário do que aconteceu da ultima vez que os vi no Wacken Open Air 2005, onde o agora ex-prisioneiro Allan West “estragou” a prestação da banda num dos maiores festivais do mundo. Estes solos são cortesia de um dos melhores e mais versáteis guitarristas da actualidade, de seu nome Ralph Santolla.

A banda toca clássico atrás de clássico e o público não pára quieto. O mosh é brutal, o stage diving é constante, e algumas vezes inconsciente. Depois de uma hora, a banda acaba a sua actuação… por uns minutos. É altura para um solo de bateria.

Ficou comprovado que Donald Tardy é sem dúvida
um dos melhores bateristas de metal da actualidade.
Depois é tempo de um solo de guitarra. Desta vez Ralph Santolla é desafiado por um dos guitarristas de Avatar, numa espécie de brincadeira de fim de tour.

Segue-se o encore e a actuação acaba ao som de “slowly we rot”.


De volta ao frio, vento e melancolia da noite londrina, mas agora pelo menos tenho a certeza que acabei de assistir a um grande concerto, com bandas muito competentes e que proporcionaram bons momentos aos fãs.


3 comentários:

Mortisa disse...

Estou com inbeja....snif snif...

Adorei o toque pessoal que deste ao texto :)

Joe disse...

Nicely done! Curti, especialmente a parte ads meninas em cima de palco, se já estava invejoso mais fiquei! hehehe!
Nice review, thanks!

PaxJes disse...

cheers