sábado, 19 de abril de 2008

Entrevista a Sulphur Feast

Sulphur Feast no MySpace

Desta vez estivemos "à conversa" com o vocalista de Sulphur Feast. Esta banda de Pinhal-Novo encontra-se em fase de preparação para o lançamento de um E.P.
Telmo conta-nos sobre as influências e experiências da banda e o que sabe sobre o nosso metal regional.



Entrevistador: Joe
Entrevistado: Telmo Lopes

1. Para começar apresenta-nos os Sulphur Feast. Apesar de a banda ter sido formada em 2005, os elementos que a compõem têm já algum background nestas andanças. Certo?

Saudações, existe algum background por parte dos elementos de Sulphur Feast mas não no meio do metal. Os nossos dois guitarristas e o baixista tocam há muito tempo, mas sempre na base da formação musical deles - clássica. A primeira experiência no metal é a de Sulphur Feast e Nocturnal Reveries (banda onde integram membros de Sulphur Feast) o nosso baterista, esse sim tem algum background de bandas como Agnostic Death, Last Resource e A.S.O.H(Agressive State Of Honour) .

2.Estão neste momento a preparar o lançamento de um E.P. Quando estará disponível, e em que formato (s)?

Esperamos o mais tardar inícios de Maio, existem algumas questões por discutir a volta da edição do mesmo.

3.Optaram por gravar no estúdio de um elemento de Hands on Approach. Como foi essa experiência, até que ponto foi ele importante nesse processo de gravação? Encontraram alguma dificuldade por se tratar de alguém que em princípio estará mais alheio à sonoridade que praticam?

A Escolha do Rui David sucedeu porque ao iniciarmos o Projecto, usamos o Estúdio dele para os ensaios da banda, e para a gravação de algumas demos para consumo interno. O Rui presenciou praticamente a maior parte dos ensaios e o processo de composição. Esse factor levou-nos a partirmos para uma gravação em que ele iria ser o produtor, sempre tivemos confiança no trabalho dele, a experiência correu bem e acima de tudo o que nos interessa é que estamos satisfeitos com o resultado.

4.A sonoridade deste trabalho parece receber influências de diferentes universos dentro do metal mais extremo.
Que tipo de sonoridade procuram? É algo que fazem conscientemente ou o processo de composição é mais espontâneo?

Tudo o que fazemos é pensado e trabalhado ao pormenor, não sou eu que componho os temas, mas sei perfeitamente que o Alberto (guitarrista) tem uma forma muito exigente de compor e perde muito tempo de volta da composição dos temas.

A sonoridade que queríamos para este primeiro trabalho era de peso, as músicas contrastam muito entre o Black e o Death Metal, e admito que Satyricon, Zyklon são duas bandas muito escutadas pelos elementos de Sulphur Feast, o que acaba por influenciar sempre o processo de composição. De futuro e com a experiência que vamos adquirindo (é uma questão de que já se fala), tentaremos libertar-nos das nossas influências musicais.

5.Sei que gostas muito de bandas como Samael, Strapping young lad, e recentemente andas "colado" nos Gojira, hehe.
Até que ponto achas que isso se reflecte no vosso som? Tentas evitar de alguma forma essas influências mais pessoais?

Samael é das minhas bandas preferidas e penso que será sempre! Sou grande fã de bandas que apareceram na altura em que os Samael começaram. E do que se andava a fazer nessa altura, os primeiros dois nomes que me ocorrem é Moonspell e Tiamat. Bandas que me dizem bastante. Os Gojira são uma banda que tenho andado colado, admiro-os muito. Quando ouvi a banda notei umas influências de Morbid Angel, Metallica e Meshuggah na sonoridade deles, além dessas influências - que são muito boas- o que me prendeu aos Gojira foi conseguirem uma sonoridade muito própria - o que aconteceu com Strapping Young Lad que também fiquei “colado” na altura.

6. Que outras bandas são favoritas dentro do colectivo Sulphur Feast?

Emperor, Opeth, Arcturus, Morbid Angel, Death, Moonspell, Celtic Frost, Entombed, The Crown, At the gates, Carcass,Neurosis… é difícil responder a esta pergunta, mencionei os primeiros nomes que me vieram à cabeça…como ouvi um técnico de som há pouco tempo dizer: “cada musico com a sua tara”…ouve-se muita coisa dentro de sulphur feast..eu pessoalmente ouço muita musica tradicional e étnica, musica Árabe e oriental, gosto muito de ouvir o sitar, percussões tribais etc…

7. Uma das primeiras vezes que ouvi o vosso som, inevitavelmente o meu cérebro começou a tentar vos comparar com outros colectivos.
Nomes como Rotting Christ ou até Morbid Angel vieram-me à memória por qualquer razão, algumas melodias levaram-me a um universo mais próximo de uns Paradise Lost por exemplo.
Mas, por vezes parecem ter também uma abordagem algo futurista devido a algumas passagens em que as ambiências assim o sugerem.
Como lidam com as comparações que vão surgindo, e até que ponto concordam ou não com elas? É algo com o qual se preocupem?

Bom, quando estamos a compor, falou-se da questão de comparação de melodias com outras bandas uma vez! Não é uma questão que nos preocupe muito. Todas as bandas no seu começo revelam as influências mais directas.


8.Já tocaram ao vivo? Qual as vossas perspectivas nesse campo?

Já tocamos ao vivo. Neste momento é o nosso principal objectivo juntamente com a divulgação do EP.

9. Com quem adorariam tocar se pudessem escolher? E já agora, onde?

Pergunta difícil, acho que cada um teria uma escolha diferente. Pessoalmente gostaria de tocar com Celtic Frost. O Local…algures pelo Japão!

10. Love? é um tema algo diferente dos restantes. Além do título sugerir uma abordagem a um assunto não muito utilizado por bandas do género, a base instrumental também soa diferente. Fala-nos desse tema, que tem o amor?

O Tema Love? é o que as pessoas mais próximas da banda estão sempre à espera de ouvir quando assistem a um concerto ou quando passam pelos ensaios. Surgiu espontaneamente, até mesmo o guitarrista (Alberto) comentou numa ocasião comigo, que saiu-lhe na altura e que se fosse hoje se calhar não lhe saia tão bem uma musica do mesmo género. Em relação à letra em si…prefiro que as pessoas passem no Myspace ou blog (disponível brevemente) leiam a letra e interpretem.

11.Sei que gostas de voar. Gostavas de ser um Bruce Dickinson Português? Como vês esta digressão que os Iron Maiden estão fazendo, e o conceito nela envolvido?

Adoro voar. Acho a digressão dos Iron Maiden bastante interessante e faz todo o sentido para uma banda com a dimensão que os “MAIDEN” têm. Nos tempos em que ouvia bastante Iron Maiden sabia do facto do Bruce Dickinson possuir o Brevet, mais tarde soube que se dedicou à profissão de piloto de aviação comercial e actualmente, juntamente com o resto da banda estão a juntar o útil ao agradável. É um excelente meio promocional para a tour dos Iron Maiden.

12.Se os Sulphur Feast fossem um avião, que avião seria esse?

DAKOTA DC-3.

13.A minha música preferida de momento é a Suffering Brought The Art. É pesada e algo tortuosa. De que se trata este tema? Colocando a pergunta de outra maneira, achas que o sofrimento é mesmo algo do qual a arte é feita?

A música é uma arte, se estivermos a passar por uma situação de sofrimento porque não olharmos para os factos que provocam esse sofrimento, e deixar que eles sejam fonte de inspiração de uma música?! Acredito que do sofrimento surja Arte.

14. Nesse tema exploras também algumas vocalizações diferentes, vocalizações limpas, e outras que me parecem mais graves do que nos restantes temas. É algo que se poderá ouvir em futuros temas? És adepto da experimentação?

Sou adepto da experimentação desde que faça sentido com a música em questão.
Em relação às vozes limpas poderão ser um dos factores que iremos explorar na composição de novos temas, contrastes vocais.

15. Sei que conheces a Madeira. Conhecias o espaço Metalwood? Conheces algo aqui da Região dentro do metal? O que seria necessário para trazer ao Funchal os Sulphur Feast? Pode ser que algum promotor Regional leia isto... hehe

Bom já tinha ouvido falar da Metalwood através de algumas pessoas que vivem na Madeira que mantenho algum contacto regular. Já fui bastantes vezes à Madeira e é uma região que me diz muito, gosto imenso de ir à Madeira, é dos sítios por onde já passei em que me senti bem recebido e hospedado. Toda a ilha é fabulosa, incluindo o Porto Santo. Foi em algumas das estadias que estive na Madeira que travei contacto com elementos de bandas aí da região como o caso dos Requiem Laus, Karnak Seti, Drawned in tears, Blue Sound Traffic (que se extinguiu com muita pena minha) e actualmente conheço os The Dead Silent. Para os Sulphur Feast irem tocar à Madeira basta um telefonema ou um e-mail e acho que em minutos chegávamos a um acordo para tocar por aí, de preferência com as bandas da terra.

16. Muito obrigado pela disponibilidade, já sabes que o Metalwood estará por aqui para vos ajudar também a promover a vossa arte. Deixo-te este espaço para qualquer coisa que queiras acrescentar.

Votos de boa sorte para todas as bandas da região. Esperamos um dia passar na madeira para tocar com todas essas bandas e bebermos umas valentes cervejas coral e poncha do pescador ;)

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