domingo, 25 de maio de 2008

Humanure does...Octavia Sperati, Danny Cavanagh, Liquid Sky, Adastreia

London Barfly, Wednesday 9 April 2008

Viver numa cidade tão grande como Londres tem as suas vantagens (e as suas desvantagens, como verão mais adiante). Com imensa sorte minha consegui descobrir um concerto com a participação do Danny Cavanagh dos Anahema. Aparição única e especial em Londres. Sendo um fã de Anathema não hesitei em adquirir o bilhete e dirigir-me a um concerto, onde não conhecia as restantes bandas.

Sendo o concerto numa quarta-feira, isto implicaria sair do trabalho e ir imediatamente tentar descobrir o local no meio das ruas de Camden Town.

Para quem nunca lá esteve posso dizer que é um sítio peculiar onde se encontra todo o tipo de “fashion/personality statements”. É um sítio pitoresco com enormes mercados de rua e marcado pelo ambiente “alternativo”, criado pelas pessoas que vão colorindo as ruas.

Voltando ao concerto.

A sala situa-se num primeiro andar, é pequena mas aparenta estar bem equipada para a realização de concertos. O bar ainda não está a funcionar, o que leva ao desespero de imensas pessoas. Mas num ápice, uma banda aparece em palco e começa a tocar. São os Adastreia, a apresentar o seu som. Não sou grande apreciador de metal gótico, e esta banda não me faz mudar de ideias. Eles esforçam-se bastante, a vocalista bem tenta chamar a atenção do público, mas mesmo assim a música não me satisfaz. A voz tipo ópera da vocalista mostra que ela sabe cantar e tem potência para impressionar. Os músicos são competentes, com bons pormenores, mas sem impressionar. Só para fãs.

Após rápida passagem pelo bar, aparecem os Liquid Sky em cima de palco. Muito mais rockeiros que a anterior banda, e mais à vontade em cima de palco. A vocalista mostra uma attitude rebelde em cima de palco e o resto da banda acompanha-a, tornando a sua actuação bastante agradável.
Apresentam musicalmente um som que percorre vários estilos: desde o stoner/doom até dark rock, com algumas passagens por riffs mais rápidos e elaborados. A banda é coesa e com boa presença em palco. O seu esforço valeu a compra de um dos seus cds. Well done!

Segue-se o concerto de Danny Cavanagh. É um “set” acústico que incorpora algumas músicas de Anathema e algumas covers. Após pedir o silêncio das cerca de 150 pessoas que se encontram no recinto, a viagem começa por diversas músicas de Anathema. “one last goodbye”, “temporary peace”, “fragile dreams” são algumas das músicas que são apresentadas. O ambiente criado é muito intimista, e as pessoas presentes estão como que paralisadas pela actuação. Seguem-se covers com a participação da vocalista de Octavia Sperati , que apresenta uma voz quase angélica e muito pouco à vontade em cima de palco. Estar em cima de um palco só com uma guitarra acústica não é para todos.

Voltando à primeira frase desta humilde crónica, a desvantagem de viver numa cidade como Londres é que não há transportes públicos a toda a hora e, para quem vive nos arredores como eu, é altura de me por a caminho de casa. Não assisti ao concerto de Octavia Sperati. Fica para a próxima.

Numa análise final posso considerar-me extremamente satisfeito, pois assisti a uma actuação brilhante de um artista já com provas dadas e descobri mais uma boa banda que de outro modo nunca iria descobrir. Afinal de contas é para isso que existem concertos.

De volta às ruas de Camden Town, agora muito menos povoadas, mas com o encanto londrino no horizonte, o frio aperta. As pessoas refugiam-se nos pubs que apresentam uma luz acolhedora e quente. Eu sigo para a estação a tentar escapar do frio e a tentar chegar a casa rapidamente porque no dia seguinte é dia de trabalho. A vida de um apreciador de concertos não é nada fácil.

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