sábado, 13 de fevereiro de 2010




MetalWood Webzine (Setembro 2009 Madeira, Portugal)
Por DARIO

1.QUAL FOI A ORIGEM DA BANDA?
R: A origem da banda deu-se em Lisboa quando ainda frequentava o 10º ano de Humanísticas na Secundária D.Filipa de Lencastre em meados de 91/92, foi quando comecei a sentir o interesse pela guitarra. Senti uma chamada forte da música, desisti de estudar no ensino tradicional e decidi trilhar um caminho musical auto-didacta e independente – aos mais novos não aconselho que o façam só desta maneira e muito menos não desistam de estudar sem terem uma forte convicção (quem pensar que a vida de músico não é feita de estudo mais vale não ir para a música.)
Com o ex-vocalista na banda, conheci o teclista Miguel Valadares em 94 e o baixista João Martins em 95 e foi a 4 que decidimos dar o nome à banda de Forgotten Suns inspirado na ultima musica do 1º álbum de Marillion – Script for a Jester’s Tear (Forgotten Sons). Soava-nos bem, principalmente dito com british accent e concretizava o sentido que queríamos dar, sendo que Suns deve ser entendido como lights (luz-sabedoria-valores) – valores esquecidos.
Apesar de tudo ter começado em meados de 92 a banda só se pode considerar mesmo um grupo oficial com o lançamento do 1º álbum Fiction Edge a 15 Junho 2000, antes disso (e com a nova era do progressivo a renascer) creio que éramos uns adolescentes que tocavam musica completamente á frente e atrás do seu tempo num limbo cultural nacional, completamente fora de moda para muitos…e difícil de dançar!
Apesar desta pergunta ser sobre origens creio que devo mencionar que os actuais Forgotten Suns são o resultado de uma metamorfose bem progressiva ao longo do inicio do corrente milénio (já com o Sam na bateria) a banda renasceu em 2005 com a entrada do baixista Nuno Correia, com o regresso aos teclados de Miguel Valadares (esteve ausente 3 longos anos) e um pouco mais tarde com o ingresso do vocalista Nio Nunes, já em plena gravação de Innergy - temos a alma renovada!


2.AO OUVIR SINTO UM CERTO TRAVO A FATES WARNING RECENTE MISTURADO COM O PROG INICIAL DOS MESMOS OU DE UNS DREAM THEATER E ALGUNS TECLADOS TÊM MESMO UNS EFEITOS TIPO RAMSTEIN OU OOMPH...QUAIS SÃO AS VOSSAS INFLUENCIAS?
R: Existem mil e uma influências, somos cinco e todos faríamos playlists diferentes. Penso que o que nos une é o espírito de composição progressivo, mas também somos capazes de vibrar com músicas mais simples desde que tenham conteúdo e transmitam algo de valor.

3.O ALBUM INNERGY, QUAL O CONCEITO POR TRÁS DO ALBUM/TITULO?
R: Ao terceiro disco a metamorfose completou-se. Penso que filtrámos a essência da banda e o que somos hoje é uma entidade mais personalizada – aprendemos à nossa custa, sem dúvida. Innergy é a fusão de Inner(interior) e Energy(energia), esta justaposição é a palavra que melhor nos define e aquilo que pretendemos passar ao público que nos ouve.

4.QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO AOS ALBUNS ANTERIORES?
R: Existem muitas diferenças, se excluirmos o facto de haver um novo vocalista e baixista poderíamos estar aqui horas a falar sobre as diferenças dos processos...digamos para abreviar que a composição, pré-produção, gravação, edição e misturas foi tudo feito por nós em estúdio e que demos nome ao nosso grupo de produção que se intitula MediaForce Productions, neste grupo de produção o Mike é o grande responsável pela parte técnica do som e ambos produzimos nas misturas.
A masterização foi feita pelo Chris Brown e o artwork por Thomas Ewerhard (Symphony X, Jorn, Therion, Masterplan, Vanden Plas, etc).
Haveria muito mais a dizer, musicalmente penso que a nossa bitola é mais elevada e tudo o resto está bem visivel com a audição do álbum.

5.COMO FOI RECEBIDO PELO PUBLICO?
R: Até agora o feedback foi e continua a ser óptimo, esperamos por maiores reacções in loco - ao vivo no próximo dia 14 Novembro no ProgTugal Fest com Circus Maximus e DGM.

6.EU GOSTEI MUITO DAS MAIS CURTAS FLASHBACK E DOPPELGÄNGER, SÃO MAIS ACESSIVEIS PORQUE ASSIM CALHOU OU PARA EQUILIBRAR O ALBUM UMA VEZ QUE AS RESTANTES SÃO UM POUCO LONGAS (NÃO MUITO, MAS PARA O PUBLICO GERAL TALVEZ)?
R: Definitivamente porque assim calhou, creio que temos o bom senso de perceber quando um bom riff pode fazer uma boa musica formato canção ou se ajusta mais a um tema épico e mais progressivo.

7.SÓ POR SER UM LANÇAMENTO PROG ROCK RECORDS / SPV JA VOS DÁ UM CERTO SELO QUALITATIVO QUE SE REFLECTE NO ALBUM, TÊM A NOÇÃO QUE SÃO PROVAVELMENTE A BANDA DE METAL PROGRESSIVO MAIS BEM SUCEDIDA NO PAIS?
R: Creio que somos uma das primeiras bandas nacionais a fazer progressivo puro à mais tempo, o metal para nós veio depois. Serão poucas as bandas nacionais, ainda em actividade, que começaram a fazer progressivo moderno antes. O sucesso é relativo, não estamos de todo a dormir à sombra dos louros de alguns comentários mais positivos, embora naturalmente nos engrandeça o ego e aumente a responsabilidade…

8.COMO SE DEU O CONTACTO COM ESSAS EDITORAS/DISTRIBUIDORAS?
R: Via internet, that simple.

9.QUE REFLEXO TEVE NA VOSSA VISIBILIDADE?
R: O catálogo da PRR é grande mas creio que voltou a por os Forgotten Suns no mercado discográfico e chegámos a uma maior audiência que adora musica, compra discos e vai a concertos.

10.É VERDADE QUE A SPV FALIU? QUE CONSEQUENCIAS OU NÃO ISSO TERÁ PARA VOCES?
R: Nenhumas, de acordo com Shawn Gordon, Presidente da PRR, a SPV mantém os acordos de distribuição. Creio que haverá novidades mais à frente.

11.O PROXIMO ALBUM ESTÁ NA FORJA?? COMO SERÁ?
R: Já está na forja mas apenas passaremos para fora a informação que podem ver actualizada no blog ‘Minds Over Music’,até lá é segredo.

12.OUTROS PROJECTOS EM QUE ESTEJAM ENVOLVIDOS?
R: O Sam toca bateria nos Ava Inferi, e existe o projecto MediaForce Productions que funciona como estúdio de produção como referi acima. Fora isso existe a escola Duarte Costa em Lisboa onde sou director e dou aulas de guitarra, quem estiver interessado pode ver mais informação em www.duartecosta.pt . Fora isto é total dedicação a Forgotten Suns.

13.O QUE ACHAM DA CENA METAL/PROG METAL/ROCK PORTUGUESA?
R: Penso que está em permanente evolução, o espírito progressivo está mais instalado através do metal, é bom sinal isso estar a acontecer.

14.CONHECEM O FORUM METALWOOD?
R: Sim, aconselho.

15.CONHECEM A ILHA DA MADEIRA?BANDAS DA MADEIRA?
R: Conhecemos a ilha, mas nunca lá tocámos. Quanto a banda o nome mais sonante será Requiem Laus, sei que existe aí um movimento forte na cena metal mas não conheço muito mais…

16.O QUE SERIA PRECISO PARA VIREM CÁ TOCAR?
R: O convite, e as condições do nosso raider…

17.MENSAGEM PARA OS FÃS…
R: Ouçam o novo álbum Innergy, mais do que uma vez…e sigam o nosso trabalho através dos concertos e Web Forgotten Suns

Obrigado pelo vosso apoio!

abraço
Ricardo Falcão

Sem comentários: